Brasília comemora seu 56º aniversário

Já bem dizia Vinícius de Moraes “No princípio era o ermo, eram antigas solidões sem mágoa. O altiplano, o infinito descampado. No princípio era o agreste: O céu azul, a terra vermelho-pungente e o triste do cerrado”, em sua canção “Brasília, Sinfonia da Alvorada”, mas muita coisa mudou desde que o planalto central preenchido pelo silêncio tomou forma e ganhou os sons da civilização moderna.

A capital do Brasil e sede do governo do Distrito Federal, Brasília, celebra seu aniversário de 56 anos de muita história em 2016. A cidade dividida por setores temáticos – hotelaria, hospitalar e assim em diante – foi inaugurada em 21 de abril de 1960, após três anos e seis meses de muito esforço de quem se entregou ao sonho da interiorização da capital em busca de novas oportunidades.

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O projeto ambicioso de Juscelino Kubitschek, que abriga atualmente 2.914.830 habitantes, não se tornou apenas a capital do país, mas também um paraíso para os amantes e estudiosos da arquitetura moderna, sendo declarada pela Unesco, em 1987, Patrimônio Histórico da Humanidade, por seu conjunto arquitetônico e urbanístico.

Brasília respira arquitetura desde às ruas até os edifícios. Com o “Plano Piloto” elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, aprovado através de um concurso,  vemos um planejamento urbano diferente. A forma de avião, as tesourinhas ao invés dos cruzamentos, as superquadras e os dois eixos dão fluidez e ordem para a cidade.

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Outro ponto fora da curva na capital brasileira são os diversos projetos arquitetônicos comandados por Oscar Niemeyer, que deram um ar de modernidade e futurismo em Brasília, sendo os mais conhecidos o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília.

A maior cidade construída no século XX, também é uma mistura de concreto e natureza. O que não falta em Brasília são ruas arborizadas e jardins enormes, como o do Palácio do Itamaraty, além de ter o maior parque urbano do mundo, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, batendo o famoso Central Park de Nova York.

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Brasília vai além da política. É espaço de cultura, arte, projetos urbanísticos visando a população e bem estar. Recentemente a cidade foi palco de um dos episódios da série Arquiteturas, do SescTv, que abordou esse lado pouco lembrado da capital do Brasil. Sendo um exemplo a ser seguido por outras regiões do país, Brasília aparece no programa em plena transformação, onde os carros, símbolos da modernidade, assim como a cidade, estão sendo deixados de lado e sendo substituídos por meio de transporte mais sustentáveis, além de estar se preocupando mais com a melhoria da utilização dos espaços públicos pela população, sendo um exemplo a ser seguido no quesito mobilidade urbana e humanização da cidade.

 

(Fotos- Reprodução; Ruy de Menezes Coitinho; Bento Viana; Reprodução)

Arquiteturas: Galeria Metrópole

Arquitetos diferentes, projetos diferentes, mas que compartilhavam algo em comum: a ideia de transitar entre a esfera pública e privada das ruas do centro de São Paulo.

Nascida de um único e novo projeto entre os arquitetos Gian Carlo Gasperini e Salvador Candi, ganhadores do concurso realizado na época para escolher a melhor proposta arquitetônica do edifício, a Galeria Metrópole é um importante exemplar da arquitetura moderna da década de 60 na cidade de São Paulo.

Situada entre a Avenida São Luís e a Praça Dom João Gaspar, fazendo parte de uma paisagem composta por outros prédios famosos, como o Terraço Itália e o Copan, a Galeria explicita o cuidado dos autores em conciliar as formas modernas com as características espaciais tradicionais presentes na capital paulista.

Em um contexto de reestruturação do sistema de circulação viário do território urbano, resultando em uma série de obras impactantes sobre a região central, os arquitetos viram a oportunidade de colocar em prática experiências arquitetônicas que ajudaram na modernização da região.

Com corredores amplos, compostos por aberturas centrais e varandas que proporcionam grande luminosidade natural durante o dia, Gasperini e Candi incorporaram o espaço privado do edifício com o passeio público em volta, dando a sensação de que a Praça Dom João Gaspar, por exemplo, seja parte integrante da construção.

Durante os anos 60 a Galeria Metrópole teve seu auge de popularidade. Contando com bares e boates da moda, lojas chiques e um dos primeiros cinemas da cidade, o espaço era ponto de encontro para intelectuais e movimentos culturais. Entretanto, o edifício não ficou ileso à decadência do centro e ao longo dos anos foi perdendo suas características.

As butiques deram espaço para lojas populares e diversas agências de turismo começaram a dominar o complexo. Após 30 anos deixada de lado, um movimento de retomada do centro fez com que a Galeria voltasse a ser procurada por novos ocupantes, sendo redescoberta pela esfera criativa e cultural.

Atualmente, o espaço abriga estúdios de design e artes plásticas, escritórios de arquitetura e publicidade, além do bar badalado Mandíbula, chegando ao ponto de criar uma fila de espera para novos locadores, já que 100% dos imóveis estão ocupados.

Se interessou pelo projeto de Gasperini e Candi? Então não perca o próximo episódio da série Arquiteturas, do SescTV, que vai ao ar no dia 19 de março, às 21 horas. O programa vai mostrar de perto a arquitetura do local e falar com gente que entende sobre o assunto e que está ligada ao espaço.